às vezes, é na força do ódio.
noutras, na euforia dos dias cheios de interessância.
sempre, sobre a conduta escolhida de vida.
ouvindo maria bethânia, sangrando.
meu modo de fazer é meio selvagem, intuitivo, desbravador. há pouco aprendi que tá tudo bem assumir o que está de mais autêntico na gente e, em mim, está aí, no esmiuçar das coisas, na tentativa de entendê-las como fenômeno de comportamento, de cultura, de moda, como fruto de contexto e oportunidade.
as coisas são o que lhes é permitido ser.
e nós sentimos o que nos é permitido sentir.
há (tantos que nem consigo mais contar) anos, ainda durante a graduação em história, queria ser cool hunter e fui estudar pra isso. pensava em fazer TCC sobre moda e seguir carreira intercalando essas áreas. foi então que descobri uma metodologia que explodiu minha cabeça. da observação participativa nos bares da cidade estudando jovens urbanos à caça de sinais na rua, passando pela netnografia que dava seus primeiros passos. mais tarde com data mining, antropologia do consumo. eu gostava de tudo, gostava de ir desbravar cheiros em mercados públicos e gostava de rua, moda de rua, arte de rua, cheiro de rua. das fotografias mentais e das reais. ainda gosto. talvez por isso junte na bagagem pessoal coisas como história, ciências sociais, antropologia, literatura, análise de discurso, semiótica, comunicação e criatividade. ultimamente predição e futurismo têm se juntado à minha mala, que já não é mais de mão. talvez por isso escolha sempre voltar para a palavra, pra decodificar tudo isso.
e a palavra jorrada, verborrágica. em tempos de charts e bullet points, sou textão e profundidade. me incomodam os documentos de estratégia que vêm cheios de dados, números, percentuais, mas que não contam nenhuma história, não observam nada, não predizem nada, não sentem nada. pesquisa feita pela internet diretamente do macbook air 13 polegadas, em ilhas geladas das agências de publicidade da vila olímpia. pesquisa seca. talvez como byung-chul han já levantou em no enxame: perspectivas do digital, nele (o enxame) não habita nenhuma alma, nenhum espírito, os indivíduos do enxame não formam nenhum "nós”, constituem um paradigma efêmero.
meu modo de fazer é sentido. e taí a minha autenticidade. ela tem conhecimento à beça, sim, mas sempre insuficiente. segue curiosa e esmiuçadeira. segue rotina e ritual, observação, repetição e aprendizado.
e o seu modo de fazer, qual é?
por hoje, fico aqui.
beijo, cariño
catita :)
p.s. obrigada pela confiança nas minhas indicações de black friday. <3
o tanto que é linda e necessária a sua escrita, minha amiga <3
Um trecho do que você escreveu me lembrou que eu sempre me senti burra porque não conseguir compreender dados. As histórias foram o que sempre me ensinaram e ensinam mais. E o convívio com as pessoas.